29
Fev 12
29
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 4 - B ( conclusão )

      O " Manifesto " de 1848 responde, ainda, à objecção na voz dum interlocutor: << Ha verdades eternas, tais como a Liberdade, a Justiça, que se apresentam comuns a todos os organismos sociais. Ora, o comunismo suprime estas verdades eternas... O que significa esta acusação? A Historia da sociedade não teve " até agora " outro motor diferente dos antagonismos de classe, que tiveram formas diversas durante as varias épocas. Apesar desta variação das formas de antagonismos, a exploração duma parte da sociedade, por outra parte, é um facto comum durante todos os seculos passados. Assim, não é para estranhar que a consciencia social de todos os seculos, apesar da diversidade das suas variações, se exprima por certas formas-comuns, que não desaparecerão senão com o desaparecimento total destes antagonismos de classe. >> ( Manifesto, Obras completas, Tomo VI, pagina 543 ).

      Logo, que esconde a discussão metafisica sobre a Liberdade?

      A analise manifesta-se como contra-partida ideologica do asservidismo real, como o véu escondendo a servidão, como a compensação e a consolação que permitem fazer esquecer ( por uma parte dos homens ) que o escravo-real existe; aliaz, da mesma maneira que existe a escravidão "espiritual "!...

 

( a continuar na proxima Sexata-feira, dia 2 de Março de 2012, em " N° 5 - A " ).

 

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27
Fev 12
27
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 4 - A

       Uma vez constituidas as classes, agrava-se a alienação real e a mistificação ideologica.

      Com efeito, necessariamente, uma das classes ( presentes ) torna-se dominante: << A classe que tem à sua disposição os meios de produção material dispõe assim, igualmente, dos meios de produção espiritual >>. Seja, tempo disponivel para pensar e procurar a verdade, na medida em que os instrumentos lhe permitam efectua-la e, assim, tornarem eficazes essas procuras -- na actualidade: as impressoras, os jornais, os radios, as televisões, a internet, etc.

     

      << Os pensamentos dominantes não são mais do que a expressão ideologica das relações materiais dominantes, ou relações dominantes concebidas na forma da pensamentos >>. Estas relações dão o "conteudo " das ideologias, estando a forma determinada pelo grau de abstracção atingido pelos << pensadores >>. Os reais conhecimentos que eles possuem, tornam ainda mais complexa a situação. A ideologia apresenta, quase sempre,  uma mistura dificil de se analisar, tanto de realidade e de verdade ( tecnicas, conhecimentos ) como de interpretações tendenciosas.

       As ilusões ideologicas agravam-se pelo facto que << a divisão do trabalho, que nos apareceu como uma das fases principais da Historia, manifesta-se igualmente na classe dominante, como divisão do trabalho espiritual e do trabalho material; de modo que, nesta classe, uns constituem os seus pensadores  ( os seus ideologos activos, que montam a sua industria de fabricação de ilusões desta classe e sobre ela propria ) , enquanto os outros se comportam de maneira mais passiva, mais recetiva a estas ideias e a estas ilusões -- porque, na realidade, são membros activos da classe em questão e que dispõem de pouco tempo para se consacrarem à fabricação das ilusões e das ideias >>.

       Esta separação, que pode ir até à hostilidade entre os dois grupos, acentua a ilusão duma independencia da consciencia ( dos pensadores ) e da liberdade de pensar. O pensamento " puro "  acredita-se livre, com toda a sinceridade!

         O conteudo real desaparecido, ou parecendo desaparecer; eis a forma elaborada << livremente >> que surge, parecendo essencial. O pensamento lança-se, então, no vasio das especulações, das abstracções tomadas por realidades-eternas e por verdades-absolutas.

 

( a continuar na proxima Quarta-feira, dia 29 de Fevereiro de 2012, em " N° 4 - B " ).

 

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24
Fev 12
24
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 3 - E

      A independencia fictiva da << livre >> consciencia-de-si é correlativa da formação dum poder opressor, estrangeiro, independente da consciencia humana: o misterio social, o destino, a necessidade historica.

      Esta força estrangeira << que pesa sobre os homens >> é, num sentido, uma aparencia, um << fenomeno >>; no outro sentido, uma realidade.

      Num sentido, não é senão aparencia: porque ela não esta constituida e não pode ser constituida senão pela actividade dos individuos humanos. No outro sentido, ela é-lhes efectivamente estrangeira: pois empurra-os e leva-os para uma necessidade cega.

      A actividade humana, dividida contra ela mesma, desconhecendo-se a si mesma, transposta pela consciencia sobre o plano da " abstracção " ideologica, representa-se  como << diferente >> da realidade. A actividade toma a forma duma necessidade: um certo grau de liberdade real e de poder esta alienado e transforma-se numa opressão pluri-formal, em complexas ilusões -- nomeadamente, em ilusão de independencia ( para a consciencia ), em pseudo-Liberdade.

 

                                 ( continuaremos, na proxima Segunda-feira, dia 27 de Fevereiro de 2012, analisando os efeitos sobre as classes sociais, em: " N° 4 - A ").

 

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22
Fev 12
22
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 3 - D

      Vimos que a ilusão ideologica acompanha a limitação do homem real.

      Esta   " alienação " é um aspecto essencial da Historia -- a estabilidade da actividade social, a consolidação do nosso proprio produto << numa força concreta que nos domina, escapando ao nosso controle , contrapondo-se às nossas esperanças, eliminando os nossos calculos e que constitui um dos factores principais do desenvolvimento historico passado... >> O poder social ( seja, a força produtora multiplicada ) aparecia, a estes individuos, não como o seu proprio poderio mas, como um poder externo  -- << situado fora deles mesmos, do qual não conheciam a origem nem a finalidade; portanto, que eles não podiam mais dominar, embora mantivesse ( agora ) uma serie de fases,  independentemente da vontade e da agitação dos homens -- regulando, inclusivamente, esta vontade e esta agitação... >>

      Portanto ( como pressentia a teoria geral da alienação ), o desenvolvimento humano percorreu um processo contraditorio.

      A realização do homem supõe e implica a sua objectivação sobre o mundo; a consciencia-de-si progressa e liberta-se da animalidade, ao mesmo tempo que progridem o poder sobre o objecto e a constituição dum mundo objectivo de produtos e de forças de produção. Mas, esta conciencia quebra-se, divide-se: o individuo separa-se da comunidade e destroi-a!

      E, então, a objectividade crescente ( a realidade mais potente do ser humano ) acompanha-se na sua << exteriorização >> por uma potencia estrangeira e independente.

 

  (concluiremos este estudo de "N°3" na proxima Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2012, em: " N° 3-E " ).

 

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20
Fev 12
20
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 3 - C

      Na contradição dos interesses particulares e comuns, o interesse comum toma ( na forma do Estado ) um aspecto independente, distinguindo-se dos reais interesses particulares e colectivos; ficando, assim, uma << comunidade ilusoria, embora na base dos laços existentes -- laços de familia e de raça, de carne e de sangue, de lingua e de trabalho. Neste quadro, e com ele, desenvolvem-se as " classes ".

      Daqui resulta uma curiosa ilusão que, desde o inicio, tende para a mistificação ideologica.

      Na luta das classes que aspiram ao poder, cada uma apresenta o seu interesse como se fosse o interesse geral. Contudo, em cada classe, os individuos não procuram senão o seu proprio interesse, fazendo-o aparecer como um interesse << universal >> -- << estrangeiro e independente deles >>.

      Daqui, esta consequencia singular: a consciencia que se acredita livre e que se diz independente, efectivamente, entrega-se a lutas vigorosas: num plano que lhe parece ideologico mas que, na realidade, não é outro plano senão o do Estado. Porque, no fundo, coloca-se sempre a questão do PODER!!!

      Este processo acompanha o processo-historico, no decurso do qual << o acto proprio ao homem se torna, para ele, uma potencia estrangeira e exterior que o subjuga, em vez de ser ele quem a dominaria >>; porque << desde o começo da repartição do trabalho, cada um tem o seu circulo determinado de actividade, exclusivo e que lhe é imposto >>. De tal forma, a ilusão ideologica  ( a << liberdade >> crescente da consciencia, na invenção ideologica ) acompanha as fronteiras do homem real.

  ( a continuar na proxima Terça-feira, dia 22 de Fevereiro de 2012, em " N° 3 - D " ).

 

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17
Fev 12
17
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 3 - B

      Perigo:

      -- A consciencia pode, realmente, imaginar-se ser uma coisa diferente da consciencia da pratica existente e que, assim, ela representa outra coisa outra qualquer coisa sem representação real. ( " Ideologia Alemã ", pagina 170 )

      Noutras palavras: a ilusão da liberdade e de independencia da consciencia-de-si que toma nas suas formas confusas, de nascença, é quase tão velha como os homens. Esta ilusão encontra-se na base de toda a ideologia -- porque, a partir dum dado momento << a consciencia esta prestes a emancipar-se do mundo, passando à invenção da pura teoria >>. Se a pura teoria entra em contradição com as condições praticas existentes, o facto historico fica, ele mesmo, condicionado; significa que as condições sociais existentes entraram em contradição com elas proprias.

      << Divisão do trabalho e propriedade-privada são expressões equivalentes >>, uma conduz à outra, ou não senão um mesmo aspecto de ambas.

      Ora a divisão do trabalho e a propriedade-privada conduziram para a dissolução da comunidade  humana; o que permitira à << consciencia de si >> ( individual ) acreditar-se completamente independente e considerar suficiente a sua liberdade.

      Porem, não é tudo! Esta dissolução da comunidade real acompanha-se pela formação duma aparente comunidade, que é fictiva.

 

( a continuar na proxima Segunda-feira, dia 20 de Fevereiro de 2012, em " N° 3- C " ).

 

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15
Fev 12
15
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta N° 3 - A

      Duma maneira geral, << os homens, até agora, têm feito deles mesmos uma representação falsa: daquilo que são, ou que devem ser... As criações dos seu cerebros estão ultrapassadas. Tornaram-se, eles mesmos, criadores inclinados diante das suas criações >>. Eis nisto um caso particular de alienação: a alienação ideologica.

      Toda sociedade é composta por individuos agindo.

      Todavia, quando eles criam representações, elas exprimem o modo limitado de actividade e a situação social estagnada dos individuos que as geram. Deste modo << a consciencia não pode ser outra coisa senão o ser consciente, e o ser dos homens é o seu processo vital >> ( portanto, social ); mas, simultaneamente, este ser é tal que << os homens e as condições aparecem numa total ideologia invertida, tal como aparece a imagem numa câmara escura >>.

      Ao principio, << a consciencia não é senão uma consciencia puramente sensivel, relativa ao meio-sensivel imediato, consciencia da conexão estagnada relativamente às outras pessoas e às outras coisas, exteriormente ao individuo... Fica, ao mesmo tempo, a consciencia da natureza, que se opõe primeiramente aos homens, como uma força absolutamente estrangeira, toda-poderosa e inatacavel  -- face à qual os homens se comportam de maneira puramente animal. Portanto, é uma consciencia animal da natureza ( religião natural ), porque a natureza não foi ainda modificada historicamente, senão ligeiramente... Mas é, tambem, a consciencia-nascente, pelo facto do individuo viver numa sociedade.

      Este começo é, tambem animal, pelo grau atingido pela vida social: é uma consciencia gregaria -- seja, o homem não se diferencia do carneiro senão onde a sua consciencia substitui o instinto ( ou, que seu instinto tornou-se consciente )...

      A relação-estagnada, dos homens com a natureza, condiciona a relação-estagnada entre eles >> e reciprocamente.

      Em seguida surgira a divisão do trabalho << que não sera real senão a partir do momento em que se intituira a divisão do trabalho material e do trabalho intelectual >>.

 

 (a continuar na proxima Sexta-feira, dia 17 de Fevereiro de 2012, em " N° 3 - B " ).

 

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13
Fev 12
13
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta ( 2)

      A << Sociedade civil >>, enquanto conjunto organizado de seres humanos, entrou ( com Rousseau ) na Filosofia da Historia e da Sociedade.

     Hegel ( meditando sobre ela ) tinha mostrado que se compunha dum conjunto de necessidades -- sendo cada individuo ( por ele mesmo ) jà um conjunto de necessidades e não existindo para qualquer outro individuo senão quando eles se tornassem ( reciprocamente ) meios, para atingirem os seus fins. Aqui, ainda, Hegel abriu, pelo seu idealismo objectivo, a via para o Materialismo-dialectico. Contribuiu para desmistificar a ideia  ilusoria que << a lei assenta sobre a vontade, sobre a vontade desprendida da sua base-real, sobre a vontade " livre " >>. Seja: << a consciencia de si >>, que se pretende independente e " livre ", destaca-se das suas condições reais.

      Esta ilusão permitiu acreditar que a consciencia determina a vida, e não o contrario. << Partindo-se da consciencia, enquanto individuo vivendo >>,em vez de se partir dos individuos reais e vivos -- sem se considerar que << a consciencia era a sua propria consciencia >>.

      Ora, deste modo , o individuo acaba por ignorar o sentido pratico e politico da sua liberdade. Ele acaba mesmo por esquecer a sua propria natureza social e humana.

      Supondo-se livre, então, o individuo coloca-se no exterior de qualquer comunidade, afirmando-se contra a comunidade -- quando, entretanto, não é senão numa comunidade  que << o individuo obtem os meios para desenvolver as suas faculdades, em todos os sentidos >>; e, por consequencia, << não é senão no seio da comunidade que a liberdade pessoal se torna possivel >>.

      Mas, donde vem esta ilusão?

      A ilusão pela qual o individuo consciente-de-si acredita na sua propria independencia e ignora as suas proprias condições historicas e sociais -- elas mesmas relativas às condições tanto da Historia como da Sociedade.

 

   ( a continuar na proxima Quarta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2012, em " N° 3 " ).

 

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10
Fev 12
10
Fev 12

Critica da Liberdade abstracta ( 1 e 2-A )

                                                             N° 1

      O " Manuscrito de 1844 " mostra com que atenção Marx examinou todas as manifestações duma << consciencia de si >> que pretenderia encontrar a sua Liberdade na sua " independencia ".

      Tendo procurado ( nele mesmo ) esta ilusão da filosofia pura ( solidario duma posição politica limitada à democracia formal ), Marx teve de confrontar-se à critica da pseudo-Liberdade. Porque, qual o significado e o que dissimula a Liberdade individualista, a << livre opinião >> do democrata puro, a sua Consciencia orgulhosa da sua aparente independencia? 

 

                                                             N° 2-A

 

      O Capitalista ( diz o Manuscrito de 1844 ) vê no proprietario-rendeiro feudal << um contrario da industria livre e do livre capital >>. Com o seu dinheiro e os seus produtos, é o capitalista quem << procurou ao mundo a " liberdade politica ", quebrou as cadeias da sociedade civil, uniu os continentes entre eles... >>, enquanto que o proprietario-rendeiro, este << usurario em trigos >> se contentava em fazer subir os preços dos alimentos de primeira necessidade -- obrigando, assim, << o capitalista a aumentar os salarios sem acrescimo da produção, facto que impedia o crescimento da renda nacional e a acumulação de capitais, originado uma ruina geral; deste modo, ( o proprietario-rendeiro )explorava como vulgar usurario todas as vantagens da civilização moderna sem, em contra-partida, nada fazer por ela >>.

       Portanto, a Liberdade não tem, unicamente, um sentido filosofico e abstracto. Ela tem, tambem, um sentido pratico.

       A liberdade politica exprimiu " primeiro " a  acção do capitalismo contra a propriedade feudal e as restrições multiplas que dela advinham para o dinheiro todo-poderoso.

       Eis aqui um sentido " concreto " da liberdade " abstracta "; neste primeiro sentido concreto, denuncia-se ( logo à partida ) a ilusão, que se acredita como absoluta, historica e relativa -- mas que é, tambem, um " meio " para a acção politica.

     

        ( a continuar na proxima Segunda-feira, dia 13 de Fevereiro de 2012, em: " N° 2 " ).

 

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06
Fev 12
06
Fev 12

Ora vejamos, agora...N°25 ( Conclusão )

      Anos depois do " Manuscrito de 1844 ", Engel voltou à questão da Liberdade, escrevendo:

     -- Hegel foi o primeiro a expor com precisão as relações da liberdade e da necessidade. Para ele, a liberdade é o conhecimento da necessidade ( << A necessidade não é cega senão enquanto não é conhecida >> ). A Liberdade não se encontra numa independencia ilusoria ( em relação às leis da natureza ), mas no conhecimento destas leis e na possibilidade assim fundada de utiliza-las metodicamente, com vista a fins determinados

      -- Isto aplica-se tanto às leis da natureza exterior como aquelas que regem o ser material e moral do homem -- seja, às duas categorias de leis que somente nos é permitido separar das nossas ideias, mas embora nunca da realidade. A Liberdade de querer não é, consequentemente, senão a faculdade de tomar as decisões, com o conhecimento de causa. Assim: quanto mais livre é o julgamento ( do homem ) sobre um determinado ponto, tanto mais o seu conteudo fica determinado pela necessidade. ( Anti-Dühring, pagina 112 da Edição alemã ).

      Por este texto de Engels, vê-se que o Materialismo-dialectico sempre colocou em termos hegelianos o problema da Liberdade. Mostra como a liberdade se funda sobre o conhecimento da necessidade ( na natureza, na Historia ). Todavia, unicamente a teoria da " alienação " ( integrada ao Materialismo Historico e Dialectico, à teoria do dinheiro e do capital ) indica como a necessidade historica é tambem ( e num sentido ) a obra da acção e da liberdade humanas.

      Portanto, unicamente esta teoria mostra,claramente, como a " necessidade " historica ( nomeada falsamente de " determinismo historico", a fim de atribuir aos Marxistas a tese dum mecanismo brutal ) se acorda com a realização da Liberdade e a plenitude para o futuro humano!!!

 

  ( Os nossos textos, neste blog, passarão a ser publicados todas as Segundas e Sextas-feiras. Assim, no proximo dia 10 de Fevereiro de 2012, iniciaremos o capitulo " Critica da Liberdade-abstracta " ).

 

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