Critica da Liberdade abstracta N° 9 - B
Se eu andar na rua, sem dinheiro algum no bolso, poderei dizer-me ou sentir-me livre?
Não!!! A menos que me sinta exaltado por qualquer tendencia vagabunda e selvagem, levando-me a desafiar o mundo inteiro, em nome da minha miseria, num momento de paradoxismo e de loucura.
Portanto, presumamos que tenho dinheiro. Assim, se posso comprar aquilo que vejo, então sinto-me maravilhosamente livre e forte: tenho poder sobre as coisas e certas pessoas, sobre tudo quanto puder pagar. Ao sair do bolso o meu dinheiro esqueci, por este gesto familiar ( << pagar >>) que não sou eu quem é forte, poderoso, livre -- esta moeda ( ou nota-de-banco ) é onde reside o poder e a liberdade. Neste simples gesto aceito um mecanismo social, que ignoro e que me agrada ignorar! Enquanto tal funcionar, em meu proveito, irei sentindo-me livre.
Tal é, na vida de todos os dias, ( onde a familiariedade esconde o << misterio social >>, mas que não o conseguiria se este misterio não estivesse jà dissimulado por natureza ) a ilusão da Liberdade. Contudo, não se trata duma inteira ilusão: enquanto tenho dinheiro, sou realmente mais livre do que o seria se o não possuisse; mas, entretanto, é uma ilusão, visto que a minha liberdade se funda em algo que me é exterior -- contudo quanto tal implica.
Marx descreveu precisamente ( no " Kapital " ) o paradoxo desta alienação, à qual voltaremos porque ela é, filosoficamente, o " essencial do marxismo ".
(eis o que abordaremos na proxima Quarta-feira, dia 12 de Abril de 2012, em " N° 9 - C " ).
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