Capitulo III - 1° a
RUMO PARA A LIBERDADE-CONCRETA
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Para avançarmos para a Liberdade, necessitamos emprender a seguinte tarefa: desembareçarmo-nos da ficção duma Liberdade-abstracta, definida pela independencia da << consciencia de si >> e o não-condicionamento da actividade individual ou social.
Esta ficção separa os elementos da realidade humana: o homem das suas condições de existencia ( o pensamento do seu objecto e do seu mundo ) a actividade dos seus meios e possibilidades reais -- a consciencia do seu conteudo.
A tese da independencia-abstracta da consciencia-de-si jà tinha sido criticada por Hegel. Ele mostrou quanta ironia ( a ironia " objectiva " do futuro sendo um dos aspectos da dialectica ) carrega a consciencia que se pretende independente e << livre >>, exactamente para aquilo que ela não pretendia.
Embora Hegel tenha ( precisamente ) caido em contradição com ele proprio, na ratoeira da subjectividade independente, transcendente à objectividade, negando-a infinitamente e implodindo, toda a critica da consciencia sem conteudo ou separada do seu conteudo objectivo fica um dos aspectos profundos, correspondendo à vasta experiencia humana, do hegelianismo.
Marx retomou e aprofundou esta critica -- primeiramente aplicando-a a Hegel e, em seguida, a toda a Filosofia-especulativa, pela qual o filosofo crê tirar da sua consciencia ( da sua cabeça ) o universo.
Dada a prodigiosa ignorancia e a mà-fé da maior parte das pessoas que falam do marxismo, não devemos recear repetir: Marx e o materialismo-dialectico não eliminam a subjectividade. O materialismo-dialectico constacta que o progresso da consciencia, a sua crescente lucidez ( a << subjectivação >> ) não se seperam dum outro progresso: o do poder humano sobre a natureza, solidario da constituição dum mundo humano de objectos, de produtos da actividade. Não existe sujeito sem objecto -- não ha << subjectivação sem objectivação >>.
( a continuar na proxima Quarta-feira, dia 20 de Junho de 2012, em " Capitulo III - 1° b " ).
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