N° 2

      Basta-nos abrirmos um manual de Filosofia para, hoje ainda, encontrar-se o << problema >> da Liberdade ( tal como o do Conhecimento -- gnose ) posto da mesma maneira como ha muito mais de um seculo, antes de Hegel. Com efeito, sabe-se que a maior parte da filosofia-hegeliana esta integrada no Marxismo ( no Materialismo-dialectico ) e que esta ultima doutrina não se encontra ainda, por razões diversas, reconhecida e admitida nas grandes doutrinas filosoficas. A Filosofia, tal como é exposta ( e como continua a ser ensinada ) imobilisou-se, mais ou menos, nas posições que ocupava na epoca em que apareceu a obra de Kant.

      Por não terem seguido o movimento do pensamento filosofico moderno ( seja, o << progresso >> verdadeiramente moderno do pensamento ), a maior parte dos filosofos raciocinam sobre noções quase arcaicas, ou perto das noções da escolastica medieval.

      O primeiro postulado, desta maneira metafisica de colocar o problema da Liberdade, consiste na sua intemporalidade. << O Homem é livre ? >>, ou ainda << Somos nos livres ? >>. A questão é formulada fora do tempo e do espaço.

      Assim, ficamos sem saber de que homem se trata: sera criança, adulto, velho? Sera um grego, da época de Pericles? Um primitivo ou um moderno? Tratar-se-a dum patricio ou de um plebeu? Dum camponês ou dum operario?

      Procura-se a << Liberdade >> como uma propriedade da natureza-humana, em geral. Ora, esta propriedade duma abstracção inatingivel, não podera manifestar-se senão enquanto ( ela propria ) abstração indecifravel.

      Assim, a questão: << O Homem sera livre ? >> torna-se numa outra questão ainda mais abstracta, mais geral: << O que é a Liberdade ?>>.

 

    ( a continuar na proxima Quarta-feira, dia 7 de Dezembro de 2011, em " N° 3 " ).

 

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publicado por filosofia-xauteriana às 01:15 | comentar | favorito